segunda-feira, 22 de junho de 2009

Fazendo Fazenda

por Daniel Dias

Uma força pra levantar parede

Deixando abertas todas janelas

Na varanda vai ter muita rede

De todo lugar vou ver as serras


Fazenda pra levar amigos

Levá-los pra fazer comigo

Comer o que a terra oferece

Lembrar do que nunca se esquece


Continuar a fazer outras canções

Que podem cantar as novas gerações

E se for pra sair de lá é pra voltar

E se for pra permanecer, não preocupar

Fogueira

por Daniel Dias

Pira louco piração

Pira fogo queimação

Fogo louca tentação

Fogo queima amarelão

sábado, 20 de junho de 2009

Fácil Seria

Fácil seria nunca ter te visto
Nada de ti saber
Fácil seria nunca ter ouvido tua voz
Nada de ti conhecer
Fácil seria nunca ter sido abraçada
Nunca te abraçar
Fácil seria não ter beijado teus lábios
Nunca sentir o teu tocar
Fácil seria o teu perfume desconhecer
Jamais ter visto teu olhar
Fácil seria se pudesse esquecer
Tudo aquilo que me fez sonhar

Ah! Como seria fácil!
Se uma leve brisa agora passasse
E consigo levasse
Todas as memórias que tenho de ti
Se como um vapor no vento
Sua imagem viesse a desvanecer
Mais intensamente voltaria a sorrir

Porém da fraqueza tenho tirado força
Da dor sabedoria
A tribulação transformo em paciência
E a solidão em poesia
Nos questionamentos evoco a fé
E a timidez torna-se ousadia

As lágrimas vão lapidando meu caráter
E o Criador vai me ensinando a sonhar
Possuo boas intenções
Mas a vontade agradável e perfeita
Somente em Deus vou encontrar

Se tudo fosse fácil como imaginei
Não haveria fraqueza
E a força nunca viria a se manifestar
Se tudo fosse tão fácil
Não conheceria a dor
E a sabedoria iria se limitar

Se fosse tudo tão simples
Não passaria por tribulações
E a paciência eu não poderia aprender
Se fosse tudo tão simples
A solidão eu não iria experimentar
E a poesia jamais viria a nascer



Ah! Se tudo fosse perfeito!
Questionamentos eu não iria fazer
E a fé que move montanhas
Jamais iria me mover

Ah!Se tudo ao meu redor fosse perfeição
A timidez de modo algum iria me envolver
E eu jamais romperia
Com golpes de ousadia
As limitações do meu próprio ser

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Resposta ao Scrap da Daiana

Nesse Brasil temos riquezas tantas!
Matas virgens, praias lindas, serras e pampas!
Temos ainda a riqueza de um povo
Que sorri com facilidade
Que é caloroso e receptivo
Que ama com intensidade!

É melhor então dividirmos essas riquezas
É melhor então nos orgulharmos destas grandezas
Pois, o salário, minha cara
Já diria nosso sábio filósofo

O salário 0h!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Árvores

Árvores com galhos secos, são raízes ao vento, o mundo de cabeça para baixo. Minhocas fazendo ninho em seus galhos sedentos, à procura constante do coração do mundo, enquanto do outro lado, surge a busca de seu agasalho verde. Folhas a um tempo esquecidas por causa da seca, fazendo nuas as pontas frágeis e cansadas de sua guerra árdua contra ventos incansáveis. Pontas solitárias a não ser por meus olhos e sua curiosidade, à procura de algum sobrevivente na imensidão ressequida. Nada. Nem um eco de um bem-te-vi distante, nem a sombra negra das asas do anunciante mórbido, caçador de corpos sem alma, sobrevivente da desgraça alheia. Presença cada vez mais solitária nessa paisagem de extremos: azul radiante em um céu claro, branco pálido e amarelado em um solo quente, céu negro acompanhado de estrelas, pontos brilhantes que salpicam ao redor de uma lua imensa e cintilante, ilustre companheira da noite, às vezes cheia ou minguante, nova ou crescente, oscilando sua beleza cada vez mais realçada pela neutralidade assombrosa do chão. Um museu a céu aberto, um jardim de ossos, um zoo de seres de sangue frio ou com sangue frio, onde as únicas aves que vemos com frequência são as aves de metal, riscando o âmago do infinito com suas porcas e parafusos, profanando a eternidade do silêncio do universo com seus motores, lembrando que ainda há civilização nesse ambiente insólito.

sábado, 13 de junho de 2009

Say


Esse blog poderia ser embalado ao som de John Mayer “Say”.
Esse desejo de gritar e de tornar público os segredos, de dizer que não se é só o que se parece, ou o que se vê no espelho. Esse desejo é só meu?
Eu sei que muitos são como a Emily, que não queria público - era pessoa bem reservada. Engraçado, não precisava pedir pra ser lida como eu faço. Dickinson foi simplesmente descoberta em baús do tesouro escondidos em seu quarto.
Eu, porém, gosto e tenho essa necessidade de comunicar a Deus, aos amigos, aos pais, ao vento, ao sol, à lua e às estrelas. Falar por demais pode ser perigoso e até mesmo tolice.
Falar demasiadamente pode ser chato, mas não estou preocupada em ser legal no momento.
Dar voz a todos os pensamentos não é aconselhável, é na verdade até perigoso – ainda mais quando essa voz não sai clara e dá margem ao que não é.
Porém, não é saudável silenciar de todo vozes que desejam sair, seja nas asas de uma canção, de um poema ou de um olhar, ou a voz que quer gritar num abraço ou apenas na necessidade de ter seu grito sufocado correspondido, ainda que pelo silêncio de outrem, num reconhecimento mútuo de que mesmo mudos falam a mesma língua.
O segredo, então, não é sair falando o que se quer e sim o que é necessário. Avaliar as palavras para que elas não sejam armas a destruírem a vida do outro ou a própria.
Sinceridade não é o direito de ferir, mas de ser gentil ao dizer o que é necessário.

Even if your hands are shaking/ Ainda que suas mãos estejam trêmulas
And your faith is broken./E sua fé quebrantada
Even as the eyes are closin',/ Mesmo enquanto os olhos estão se fechando
Do it with a heart wide open./Faça isso com o coração aberto
Say what you need to say/Diga o que você precisa dizer.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Singularidade... o que é isso companheiro ! Seja mais ! Você pode mais ! Seja plural . Use sua enormentatividade - adoro essa palavra - . Use mais “S” em sua vida , viva mais intensamente suas possibilidades, enxergue-se grande , assim como é , assim como deve ser . Observe mais as coisa pequenas , minúsculas , para te ajudar a ver quão superior é você , e o seu universo . Um fungo por exemplo , microscópico e poderoso em sua pequenitude , bactérias mortais , microorganismos que geram vida , que nos geraram , que criaram o mundo, que são o mundo . Plenitudes maximizadas que ninguém vê mas sentem o tempo todo em todo lugar . Na água , os plânctos , os corais são vidas onde não se imagina. No ar , os vírus , os ácaros . Em nós , “ todo mundo tem um fungo no fundo” -já dizia um filósofo pouco conhecido , amigo meu-. Não podemos conter o universo, mas contemos um universo em nós . Cáries , vermes , fungos , bactérias , vivem em nós , nos consomem , às vezes em harmonia , ou não , mas sempre em complemento. O complemento da vida é a morte , o que seria de nós sem ela ? A dama escarlate , a viúva negra , o manto da vida , sempre obscura em sua beleza fúnebre . Óbvia desde que nascemos , criadora de paraísos e infernos . Fazedora da vida uma arte, a arte da sobrevivência , a luta dos pulmões em busca de oxigênio, do coração em busca de sangue . Estrelato para os espíritas. Medo dos cristãos,-com exceção para os que se ascendem : perfeitos- . As Intermitências da Morte , -adoro Saramago-, descrição do caos . -perfeito- Quantas vezes maior que um óvulo fecundo nós somos? Pergunta que não quer calar . Desde ontem martela em minha mente. Será que proporcional a que eu sou ao mundo ? Essa insônia está me deixando alucinada. não consigo parar de pesar um minuto! Tenho crescido muito nessas minhas viagens, tem me feito muito bem . Queria que experimentassem que bom é pensar. Pensar pra você , sem intensões , sem pretensões. Amadurecer , florescer, polinizar, ser plural.

SONHO

MEU MAIOR SONHO É AMAR E SER AMADA. UM AMOR DAQUELES PORRETA, DE FILME, QUE UM OLHA PRO OUTRO E ADIVINHA, O QUE TA ROLANDO, DAQUELES COM SINTONIA, MARISIA, VENTANIA.

QUERO UM AMOR DAQUELES QUE QUANDO A GENTE OLHA DERRETE, A PERNA FICA BAMBA, A COR FICA AMBAR E ACABA EM SAMBA....

QUERO UM AMOR INCRUSTADO NA MENTE, NA PELE, COM FEBRE... QUE FAZ A GENTE FICAR PARADO LEMBRANDO.... DA MÃO, DO BEIJO, DA BOCA E AI SOBE UMA COISA, MUITO LOUCA... QUE NÃO TEM NOME, MAS QUE É MUITO BOM, POR QUE FAZ A GENTE VIVER!

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Quem me dera

Quem me dera inda hoje chegasses e me resgatasses desde pântano de solidão
Que restaurasses os sonhos da mocidade perdidos na desilusão
Dourados sonhos de flor, de romancinhos, de amor

Desvaneceram-se, tornaram-se frios como a neve
Desbotaram-se e perderam toda cor
A doce jovem que sonhava com seu príncipe não sabe mais o que espera
Se alguém que novos sonhos lhe conceda ou reanime os que já tivera

De todo jeito só lhe resta esperar
Pois que não sabe viver sem sonhos
E se parasse lhe faltaria o ar
Pois como o oxigênio é para os pulmões
Assim lhe são os sonhos para as emoções

terça-feira, 9 de junho de 2009

Mono / Poli?

Já ouviram aquela coisa do “o que seria do amarelo se todos gostassem do marrom”?
Eu particularmente aprecio muito mais o amarelo. Nada disso de cor de doente e de doença, discordo. Remete-me alegria, energia, inteligência criativa. Marrom é triste, é sério, é muito terra. Mas tudo muito amarelo, ou muito marrom, ou muito qualquer cor dá náuseas. Logo o equilíbrio é a melhor opção, ou o colorido!
Se tudo na vida fosse claro e evidente, talvez, TALVEZ, tudo seria mais fácil. Se pudéssemos saber nos mínimos detalhes o que será que será e não houvesse as PRE-ocupações.
Imaginem só que chatura! Não ter nenhum fator surpresa, nem questionamentos, nem figurinhas faltando, nem mapa do tesouro perdido, nem matrix, nem nada!
Prefiro conviver com o marrom esquisito a só ter o amarelo!
As dificuldades e incertezas são uma delícia se pensarmos como seria estranho um mundo sem prova, sem monografia, sem pesquisa científica, sem cálculo matemático, sem tabela periódica, sem mestres problematizadores, sem pulga atrás da orelha, sem festa surpresa, sem microscópio, sem curiosidade.
É uma delícia não fazer parte de um universo fechado. Gostaria que não existisse a maldade, mas a curiosidade que leva humanidade a investigar é linda!
A vida está aí, uma caixinha de surpresas, agradáveis e desagradáveis. Aproveite o máximo dessa dádiva, pois, você não é o criador do Universo, mas é o criador do seu uni-verso, único e exclusivo. Você é que escolhe a decoração dele – marrom tristão, fechadão ou amarelo estridente, doente, ou ainda a mistura das etnias, das cores, dos sabores, dos odores, das alegrias e das dores. Você é que escolhe.
E o que será que será? Monocromático ou Policromático?

domingo, 7 de junho de 2009

Kate Chopin


Desabafo pra não desabar

Estou numa luta
Numa aula uma professora por acidente me alertou
Ela não falava nem de mim nem pra mim
Mas eu me vi
Aliás, tenho me visto muito nessas aulas de literatura americana
Mas só me vejo na pele de gente encrencada
Aquela Chopin, ela me incomoda
Num incomodo que eu não gosto de evitar
Porque tem algo deslocado aqui
Eu falava da luta...
Pois bem, tenho andado meio cansada
Acho que to pensando demais
Ou pensando demenos
O fato é que me sinto com a alma sugada
Cansada, me sinto uma chata
Me sinto estranha
Queria poder ficar na cama o dia inteiro
Cada coisa mínima é um esforço terrível
E vejo tudo cinza
O que é uma pena
Pois sei que tudo é colorido
Muito mesmo
Mas tem algo me fazendo ver tudo cinza
E tá triste e frio aqui dentro
Hoje melhorei um pouco
Sexta minha mãe me deu uma bronca de amor
Me fez prometer que eu iria tentar pelo menos reagir
Levantar de alguma forma
Sábado eu fique sozinha em casa e cantei
Perturbei os vizinhos por algumas horas
Cantei bastante
E orei
Precisava internalizar aquelas letras
Essa história que eu pensei de mim
Uma mediana
Me chateou bastante
Penso que poderia ser uma aluna melhor
Uma professora melhor
Mas sou mediana
Isso é uma droga
Porque no meio agente fica só
Nem no grupo dos bestas
Nem no grupo dos bests
Hoje me senti melhor
Mas comecei dizendo que estou numa luta
Porque já saquei
Quem não se decide
Não cresce pra lado nenhum
Fica capengando
Eu li isso ontem
Coração dobre
É o cara que não sabe o que quer
E também a fé morta
Que é aquela que diz, mas não faz
Eis a minha luta
Aprender ser mais decidida
Saber o que quero
E lutar por isso
Mesmo que nem todos mostrem os dentes pra mim
Viver, botar em prática, me favorecer
Daquilo que eu creio e amo
Essa fonte inesgotável de sabedoria, força e luz
Tenho as armas que preciso
Tenho a estratégia de guerra
Mas ainda estou meio parada
Na luta em que você mesmo é seu maior inimigo
É estranho lutar
Minha estratégia de guerra é totalmente sonora
Tenho que usar um filtro no ouvido
Pra não ouvir a bobagem
Que vozes estranhas
E que até eu mesma me digo
Essa coisa de ser mediana
Não é de todo bobagem
Eu não internalizei bem o que ele falou
E menti
Porque ele me perguntou se eu o tinha feito
Mas como eu demoro a entender as coisas
Deus mandou outros tantos repetirem a mesma coisa
Num espaço de tempo curto o suficiente pra eu entender
Aí nesse ponto não acho que sou mediana
Mas acho que ainda falta alguma coisa
Pra eu acabar esse CD
Ta começando a demorar demais
Já vai fazer 2 anos que estou nesse processo
E pior que nem tenho pressa
Não sei
Talvez seja medo
Anyway
Foi bom falar com você Microsoft Word
Espero gerar pensamentos mais saudáveis essa semana
Boa noite pra mim.

Criação

Esse blog foi criado na noite do dia 07/06
E eu poderia tê-lo chamado de

blog Ufa!
Ou
Aqui eu falo o que eu quiser
Ou
Deixa eu falar
Ou
Se ninguém me escuta o Microsoft Word o faz
Ou
Já existem tantos blogs aí vai mais um
Ou
Fale o que quiser mais modere o tom de voz
Ou
Sei lá...não sou Clarice pra inventar tantos nomes pra um mesmo blog

Mas, a questão é que criei esse blog só pra ver o que acontece
Então vamos ver o que acontece.

Aos convidados, fiquem a vontade pra comentar, e postar o que quiserem.

"Posso não concordar com nenhuma das palavras que dizeis, mas defenderei até a morte teu direito de dizê-las."
Voltaire